segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Antes que ela se vá...


Antes que ela se vá, joguei o relógio no bueiro, a tinta na esquina e o pranto no chão.  Chamei minha alma de vã e a dela de panteão.  Somos míseros humanos e a vida nos traiu. Fábricas de animação e tristeza, árvores de aldeão, crianças, sirenas e elas?
Antes que ela se vá, peguei o primeiro copo e joguei meus olhos no chão, os dela no átrio. Chovia muito... Somos dependentes do amor, este célebre amor, cimo amor... Verdes noites caíam sem ilustração e eu temia... Chovia muito...
Fiquei com medo de tudo, e eles sorriam com aguda ironia. Por que me indicam a estrada?
Um novo caminho, uma nova e eletrizante estrada, uma nova prática? Somos feitos de nada? De ardência e petulância, de arrimos e ilustríssimos feitos... O medo com seus regalos e capa trazia um perímetro e tombo... Eu sabia, e sem receios trazia a vida conturbada para sua harmonia.
Não, não amigo, sem essa de me falar que “já era”, tenho medo, mas tenho coragem, sou testado a ferro e fogo, e poucas vezes sou amortecido.
Mas antes que ela se vá, em nosso caminho traçado e empacado, morena, seus sorrisos alucinados eram alucinógenos à minha alma.
Ajuda-me o fim, ajudai-nos santos, ataviados e alinhados...

Fernando Azevedo

2 comentários:

  1. Coisa boa é escrever. Aliviar a alma, gritar os sonhos e falar o que se quer dizer. Que os santos, ataviados e alinhados, te inspirem sempre. Parabéns!

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  2. Antes que ela se vá, aproveite todos os momentos e seja feliz!!!
    Bem vindo amigo de volta com seus escritos e pensamentos. Fiquei muito feliz. Obrigada por me avisar.
    Tenha um final de semana abençoado!!!
    Abraços da Bia!!!

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