quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Orgulho, tempo, humildade


Deixa disso, larga mão de se orgulhar
Orgulho é coisa feia, teia de traminhas
Orgulhecer perde o brio
Acima de qualquer amor a humildade ainda é anciã.
E o tempo ainda aprisiona os homens.
E com ela e ele nós perdemos!
E eu trouxe uma flor que já morreu.
E uma foto de quando eu não sabia mentir...
Desviar olhar, fazer tempestades de orgulho!
Tenho data de validade, dos cem não passo.
Um pouco mais, um pouco menos vaidade, validade.
Nem toda manhã sei explicar um fenômeno assim:
Pés, mãos, olhos, retribuindo sua filantropia!
Sua missão de conduzir, ver, bater...
Gosto de monossílabas dramáticas, que criam vida.
Gosto de tudo que mobiliza a vida exageradamente até seus frutos caírem...
O orgulho vence a humildade num embate final, e os dois saem feridos sem saber o motivo...
Aí eu danço, rio, invento toda felicidade do mundo.
Tudo segue, você segue, eu sigo...
Vencida a dor, qualquer dor, somos eternos a cada segundo!
Triste? Não! - Por favor resplandecente, melhorando o obscuro...
Dai-me santo adágio minha adaga, para rasgar essa nuvem!!!

Fernando Azevedo

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria é a vítima da vez, num país vitimizado por si só


Às vezes, me questiono se o brasileiro evolui como as pessoas dos demais países. A cada dia que passa é possível ver erros atrás de erros mesclados com hipocrisia e demagogia. Em pleno 2013 vivemos a dor duma chacina financiada pela ganância e corrupção brasileira. Estamos em 3º no ranking em piores mortes por incêndio. Poderíamos ser terceiros em educação, medalhas em jogos olímpicos ou país que menos cobra impostos, mas somos os primeiros na estupidez e incompetência.
E o incrível é que 90% dos acidentes ocorrem por falha humana. Mas a falha humana no Brasil  pode chegar a 100% já que, com dinheiro se compra e se conquista. O incrível é que qualquer um pode visualizar a sequência de fatos dessa semana: programas vespertinos vão ficar indagando as causas do acidente e a dor das famílias, pais de santo, espíritas, darão depoimentos dizendo que faz parte do carma para atingir o exterior de uma nova era. Pastores e evangélicos fanáticos dirão que é um sinal de Deus para mostrar a essa mocidade que é o final dos tempos e endireitarem seus caminhos. Advogados darão depoimentos sobre os direitos e deveres de cada família, amigos e colegas dirão que odeiam baladas e não gostam de ir, mas sempre foram e curtiram... Afinal de contas se você não gosta de fígado você pede fígado no restaurante??? É muito blá blá blá seguido de piadas de humor negro no twitter e facebook...  Ao passo que, resolver o problema e exigir que as casas noturnas tenham quesitos básicos de segurança, isso não existe... E o interessante é que se cada um relembrar dos lugares que já foi verá que sempre correu riscos... O Villa Country em São Paulo, por exemplo, se pegar fogo no palco e alguém estiver no banheiro, duvido que consiga sair.  Já era...
E dane-se o fato de que era uma balada! Poderia ser um restaurante. Já pensou?
Infelizmente a dor é momentânea, pode acreditar que nesse exato momento tem algum dono de restaurante ou casa noturna qualquer, molhando a mão de fiscal corrupto, seja ele pai ou mãe, pessoas que exigem que políticos sejam honestos... Se querem tanta honestidade e transparência, comecem com as pequenas coisas... Quer saber como financia a corrupção sendo semi-ladrão? Comprando itens falsos e pirateados, fazendo gato da internet ou tv a cabo, roubando o sinal do seu vizinho, sonegando impostos, usando documentos falsos de meia entrada, e bla bla bla... “ah mas não é justo...!” a justiça vai muito além dos deveres e direitos do cidadão... Se você não está dentro dos mesmos, você está fora! E tem quem pense que está no caminho certo, mas sempre encontrará alguém mais esperto que ele, afinal de contas, o BRASIL É DOS ESPERTOS... E sabe de uma coisa? Você sempre terá a impressão que não progride em alguma coisa e esse “alguma coisa” é devido ao atraso dos seus conterrâneos que vivem de futebol e carnaval... Aliás, já sabe o que vai fazer no Carnaval?

Fernando Azevedo

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O amor esse eterno: o que é?


Passados os dias de graças, festas, fogos, folias, bebidas e afins...
Me vem a velha questão, do que é feito o amor? Sua composição intrínseca...( nada de adjuntos, advérbios, substantivos, acentos ou frases prontas..)
É o enigma dos ares, que junta duas ocasiões necessárias de quebra cabeça, aí vive?
É o acaso forma de destino? É o arrepio do encontro?
Não sei, não sei!
É o transplante de vida? É a coisa inexata, roupa por roupa, peça por peça? Dente por dente, te dou o que me dá? A reciprocidade particular dos amantes afoitos? Isso é sexo, um fim de um começo que é...
Que isso meu Deus?
Vencida a paixão é amor? Vencido o amor é amizade e diversão, vencida a casa, o carro os filhos é o que?
Contextualize ou desenhe pra mim, pode ser? Vinicius dizia que é “fogo que queima sem se ver”, mas Drummond falou: “Mas, se não fosse ele, também que graça que a vida tinha?” 
Tragam de volta os meus loucos preferidos como Shakespeare, Leminsk, Marcel e Chacal...
Deve ser uma brincadeira, ou uma forma dos Céus se comunicar com a gente, estes dias vi um translucido no bar ler uma mensagem e chorando bradou: “Ela me Perdoou...”
Pô amor, você salvou mais um, e de quebra alegrou minha noite!
Você tem sido generoso conosco, coração de pedras, cheios de tiques e predileção, emoções, moldes...
Certo, um dia te explico melhor para todos, hoje só te digo, cuidado com que esta fazendo.

Fernando Azevedo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Enquanto durar

Minha ama, minha lama, em ti pratico minha inocência e trama. Labareda inconveniente, a ponta dos dedos saltando em sete palmos, para ir ao céu e fim, tão bom ser teu que sou; serei teu tudo, teu todo e bosco, na morte de teus pais serei teu irmão e agora mais que um pão da fome, serei o que achares bem, alguém nalgum lugar bem além destas páginas de alucinação, a morte é menos que minutos, intuitos que ficam dalém, sem patas, atas, alas, cartas, folhas, escolhas, livros, arquivos, enquanto durar meu termo, enquanto durar o inflamante rio vermelho, eu estarei aqui, bem aqui...

Fernando Azevedo

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Faça assim

E, se por acaso nos degraus de um acordo ver um espectro de homem plantar batatas! Sim batatões, na solidão mórbida de um acordo, acuse-o. Este espectro de homem... pergunte ao tempo, ao pranto, ao canto a terra a água, a tudo que gira, que grita, que pia, responderão, é tempo de viver, acuse-o, para não serem os espectros próximos, dilacere-o. Sem dar chances ao mostro, embriague-se do justo e vida, e pronto!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

De valor em valor


Há quem dê valor, somente ao perder. E quantas vezes lemos, ou ouvimos pessoas dizendo a famosa frase: “eu era feliz e não sabia...”? Nostalgia, saudades, pesar.
Por que é tão difícil entender e valorizar o “hoje” para reconhecer seu valor somente amanhã?
Valorizar o que sou, o que tenho, as conquistas, valorizar o passado, valorizar os sonhos.
Valorizar o abraço de hoje, ele pode não acontecer amanhã. Responder aquela dúvida agora, ou alguém pode esclarecê-la em seu lugar.
Valorizar aquele terno sorriso, valorizar a suavidade do encostar dos lábios. Valorizar o pequeno momento, valorizar a maior celebração.
Valores de vida e de alma.
Valorize a si mesmo acreditando que és único, valorize tua história, valorize tuas obras, sobretudo os teus sonhos, são eles quem indicam o que serás amanhã.
Valorize o teu lar, valorize o que tens, lembrando que tantos espalhados por aí não tem nem um terço dessa pequena porção.
Valorize tua família, valorize teus amigos, valorize a Deus e serás valorizado.
Valorize teu dinheiro, valorize tua matéria, não esquecendo jamais que o que realmente tem valor, é o que vai no coração.
Valorize quem te ama, e se possível retribua a esse amor. Dê amor a quem te valoriza, afinal, hoje em dia as pessoas andam atarefadas demais com seu próprio “eu”, esquecendo-se de dar valor ao que de fato deveria contar.
Valorize o teu abrir de olhos todas as manhãs e valorize os teus dias, sabendo que cada dia é uma oportunidade única de fazer um “tempo bom”...
Valorize o teu pão e valorize a água que mata tua sede. Valorize aquele orgasmo gostoso e aproveite enquanto tens vida para sentir algo assim.
Valorize teu corpo, valorize tua saúde.
Valorize o sol, valorize a chuva, valorize a beleza da neve, não esquecendo de valorizar a importância da lua.
Valorize a liberdade... Valorize viver! 

Fernando Azevedo

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

De tudo que teve e ainda tem...

Porque foi assim: fome, excesso, recesso, progresso. 
Gigante, bonito, florido e com cor. Teve sabor de chocolate, dos leves, que derrete na boca e produz prazer. Teve aroma de rosas, formosas, adocicado e suave.
Teve força de colosso, intensidade de batida de coração de um atleta no ápice de sua atuação.
Teve defeito no freio, qual freio? Não, não. Este nunca existiu. Teve ritmo de rio, jamais represa. A correnteza levava, levava, sem parada, sem medida, sem fim.
Teve dor de facada, filtrando, sangrando até desmaiar. Teve súbito de choque, que assusta, eletriza, mas não chega a matar.
Teve toque suave, arrepios de corpo todo capaz de os sentidos tomar.
Teve amor para dar, teve amor para receber.
Teve vida e história para contar. 
Fracassos e prantos. Triunfos e Glórias.
Ter abundante em um só ser transbordante.

Fernando Azevedo

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Antes que ela se vá...


Antes que ela se vá, joguei o relógio no bueiro, a tinta na esquina e o pranto no chão.  Chamei minha alma de vã e a dela de panteão.  Somos míseros humanos e a vida nos traiu. Fábricas de animação e tristeza, árvores de aldeão, crianças, sirenas e elas?
Antes que ela se vá, peguei o primeiro copo e joguei meus olhos no chão, os dela no átrio. Chovia muito... Somos dependentes do amor, este célebre amor, cimo amor... Verdes noites caíam sem ilustração e eu temia... Chovia muito...
Fiquei com medo de tudo, e eles sorriam com aguda ironia. Por que me indicam a estrada?
Um novo caminho, uma nova e eletrizante estrada, uma nova prática? Somos feitos de nada? De ardência e petulância, de arrimos e ilustríssimos feitos... O medo com seus regalos e capa trazia um perímetro e tombo... Eu sabia, e sem receios trazia a vida conturbada para sua harmonia.
Não, não amigo, sem essa de me falar que “já era”, tenho medo, mas tenho coragem, sou testado a ferro e fogo, e poucas vezes sou amortecido.
Mas antes que ela se vá, em nosso caminho traçado e empacado, morena, seus sorrisos alucinados eram alucinógenos à minha alma.
Ajuda-me o fim, ajudai-nos santos, ataviados e alinhados...

Fernando Azevedo