terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Cartas embargadas


Inútil você resistir, e o dia passou em você...
Inútil é a foto, o beijo e a noite cristalizada refletida... tragada.
Me contaram que houve um tempo em que o amor era cego. E você sorria. Ele ( amor ) sem roupas, desnudo flechava por aí!
Hoje falo, amanhã nem pensar, amanhã é quarta meu bem, dia de ir lá...
Quase acreditei numa explicação de seus olhos pestenejantes, que me enganavam sem cartas, sem elas...
Vez de cada amor. Amor estragado de mimos, trilhos, cobras, sabe como é?
Doçuras, telegramas, lembrança, calculei duas noites para escrever e ainda não terminei, tenho mil cartas endereçadas a você, mas uma vou entregar! Nela contém tudo, menos o que quero publicar, sob a custódia e narrações do silêncio e seus soldados nas esquinas escuras, caídas e telúricas..
Inútil instante, a cada instante a ser pago, já não sou destemido.
Temo o razoável, que provoca minha traça, quando tento recuperar suas pratas (...)
Ponto, recupere estes papéis.

Fernando Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário