terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Cartas embargadas


Inútil você resistir, e o dia passou em você...
Inútil é a foto, o beijo e a noite cristalizada refletida... tragada.
Me contaram que houve um tempo em que o amor era cego. E você sorria. Ele ( amor ) sem roupas, desnudo flechava por aí!
Hoje falo, amanhã nem pensar, amanhã é quarta meu bem, dia de ir lá...
Quase acreditei numa explicação de seus olhos pestenejantes, que me enganavam sem cartas, sem elas...
Vez de cada amor. Amor estragado de mimos, trilhos, cobras, sabe como é?
Doçuras, telegramas, lembrança, calculei duas noites para escrever e ainda não terminei, tenho mil cartas endereçadas a você, mas uma vou entregar! Nela contém tudo, menos o que quero publicar, sob a custódia e narrações do silêncio e seus soldados nas esquinas escuras, caídas e telúricas..
Inútil instante, a cada instante a ser pago, já não sou destemido.
Temo o razoável, que provoca minha traça, quando tento recuperar suas pratas (...)
Ponto, recupere estes papéis.

Fernando Azevedo

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Orgulho, tempo, humildade


Deixa disso, larga mão de se orgulhar
Orgulho é coisa feia, teia de traminhas
Orgulhecer perde o brio
Acima de qualquer amor a humildade ainda é anciã.
E o tempo ainda aprisiona os homens.
E com ela e ele nós perdemos!
E eu trouxe uma flor que já morreu.
E uma foto de quando eu não sabia mentir...
Desviar olhar, fazer tempestades de orgulho!
Tenho data de validade, dos cem não passo.
Um pouco mais, um pouco menos vaidade, validade.
Nem toda manhã sei explicar um fenômeno assim:
Pés, mãos, olhos, retribuindo sua filantropia!
Sua missão de conduzir, ver, bater...
Gosto de monossílabas dramáticas, que criam vida.
Gosto de tudo que mobiliza a vida exageradamente até seus frutos caírem...
O orgulho vence a humildade num embate final, e os dois saem feridos sem saber o motivo...
Aí eu danço, rio, invento toda felicidade do mundo.
Tudo segue, você segue, eu sigo...
Vencida a dor, qualquer dor, somos eternos a cada segundo!
Triste? Não! - Por favor resplandecente, melhorando o obscuro...
Dai-me santo adágio minha adaga, para rasgar essa nuvem!!!

Fernando Azevedo

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Santa Maria é a vítima da vez, num país vitimizado por si só


Às vezes, me questiono se o brasileiro evolui como as pessoas dos demais países. A cada dia que passa é possível ver erros atrás de erros mesclados com hipocrisia e demagogia. Em pleno 2013 vivemos a dor duma chacina financiada pela ganância e corrupção brasileira. Estamos em 3º no ranking em piores mortes por incêndio. Poderíamos ser terceiros em educação, medalhas em jogos olímpicos ou país que menos cobra impostos, mas somos os primeiros na estupidez e incompetência.
E o incrível é que 90% dos acidentes ocorrem por falha humana. Mas a falha humana no Brasil  pode chegar a 100% já que, com dinheiro se compra e se conquista. O incrível é que qualquer um pode visualizar a sequência de fatos dessa semana: programas vespertinos vão ficar indagando as causas do acidente e a dor das famílias, pais de santo, espíritas, darão depoimentos dizendo que faz parte do carma para atingir o exterior de uma nova era. Pastores e evangélicos fanáticos dirão que é um sinal de Deus para mostrar a essa mocidade que é o final dos tempos e endireitarem seus caminhos. Advogados darão depoimentos sobre os direitos e deveres de cada família, amigos e colegas dirão que odeiam baladas e não gostam de ir, mas sempre foram e curtiram... Afinal de contas se você não gosta de fígado você pede fígado no restaurante??? É muito blá blá blá seguido de piadas de humor negro no twitter e facebook...  Ao passo que, resolver o problema e exigir que as casas noturnas tenham quesitos básicos de segurança, isso não existe... E o interessante é que se cada um relembrar dos lugares que já foi verá que sempre correu riscos... O Villa Country em São Paulo, por exemplo, se pegar fogo no palco e alguém estiver no banheiro, duvido que consiga sair.  Já era...
E dane-se o fato de que era uma balada! Poderia ser um restaurante. Já pensou?
Infelizmente a dor é momentânea, pode acreditar que nesse exato momento tem algum dono de restaurante ou casa noturna qualquer, molhando a mão de fiscal corrupto, seja ele pai ou mãe, pessoas que exigem que políticos sejam honestos... Se querem tanta honestidade e transparência, comecem com as pequenas coisas... Quer saber como financia a corrupção sendo semi-ladrão? Comprando itens falsos e pirateados, fazendo gato da internet ou tv a cabo, roubando o sinal do seu vizinho, sonegando impostos, usando documentos falsos de meia entrada, e bla bla bla... “ah mas não é justo...!” a justiça vai muito além dos deveres e direitos do cidadão... Se você não está dentro dos mesmos, você está fora! E tem quem pense que está no caminho certo, mas sempre encontrará alguém mais esperto que ele, afinal de contas, o BRASIL É DOS ESPERTOS... E sabe de uma coisa? Você sempre terá a impressão que não progride em alguma coisa e esse “alguma coisa” é devido ao atraso dos seus conterrâneos que vivem de futebol e carnaval... Aliás, já sabe o que vai fazer no Carnaval?

Fernando Azevedo